A correcção de comportamentos de indisciplina na aula – O modelo de Gordon

“O modelo de Gordon* pretende fomentar uma boa relação entre professores e alunos, isto é, uma relação aberta e transparente, assente na preocupação pelo outro (caring), na interdependência e na satisfação de necessidades mútuas, mas também na demarcação que permite ao outro crescer na sua individualidade, isto é, na autodirecção, auto-responsabilidade, autocontrolo, autodeterminação, auto-avaliação. Essa relação implica sobretudo comunicação e novas competências para o professor, as quais se exprimem num novo vocabulário: colaboração, cooperação, negociação, confronto, resolução de problemas, resolução de conflitos, melhoria dos contactos interpessoais.”
*Gordon, Thomas (1974). TET – Teacher Effectiveness Training. New York: Peter Wyden
In, Estrela, Maria Teresa, Relação Pedagógica, Disciplina e Indisciplina na Aula, Porto, Porto Editora, Lda, 4ª ed.,2002.

Indisciplina

“Nascida da influência da obra de Raths, Harmin e Simon, “Values and Teaching”, a corrente de clarificação de valores traz uma contribuição original para a compreensão dos problemas disciplinares. Considerando que a vida pessoal tira o seu sentido dos valores livremente assumidos, é função da escola ajudar os alunos a escolherem os seus valores e a agirem de acordo com eles. (….) Na escola, a falta ou a indefinição de valores está na origem de situações conflituais que levam à indisciplina. (…)
(…) Uma série de actividades individuais ou grupais, envolvendo situações reais e simuladas como a resolução de dilemas, definição de objectivos de vida a curto e médio prazo, jogo de papéis, identificação com heróis da vida real ou do cinema e literatura, permitirão ao aluno uma progressiva tomada de consciência dos seus valores pessoais (…).
(…) Deixar o aluno sofrer as consequências dos seus actos é uma maneira de o levar a reflectir mais sobre as suas decisões. (…)
In, Estrela, Maria Teresa, Relação Pedagógica, Disciplina e Indisciplina na Aula, Porto, Porto Editora, Lda, 4ª ed.,2002.

Arte na Sala de Aula - Exemplo II


                                                  Badestrand, Emil Nolde

Ø  Frédéric Chopin, Préludes, Op. 28, No, 5 in D.

Ø  Franz Joseph Haydn, The Seven Last Words, Sonata VI: Consumatum est!.






“E há quem goste muito de cenas
e tocar a guitarra sentimental de todos os salões e de todas
            as praias adolescentes, lânguidas como um
            veraneio vagaroso,
enquanto uns mais ficamos sozinhos…”

José Luís Piquero
Trad. Joaquim Manuel Magalhães


Objectivos:
ü  Associar diferentes obras de arte a um tema comum;
ü  Desenvolver competências de produção escrita.

Tema: Human feelings

Fontes:
- Urban, Martin, Catalogue Raisonné of the Oil Paintings, Volume Two 1915-1951, translated from the German by Gudrun Parsons, Sotheby’s Publications, London, 1990.
- Chopin, The 21 Nocturnes, The 26 Préludes, Philips Classics Productions, 1994.
- Haydn, The Seven Last Words,  Linn Records, 2001.
- Magalhães, Joaquim Manuel (trad.), Poesia Espanhola, Anos 90, Relógio d’Água, Lisboa, 2000
- Jorge, João Miguel Fernandes, Sombras, Relógio d’Água, Lisboa, 2001


Actividade:
            Os alunos observaram a reprodução do quadro de Emil Nolde, Badestrand, para comentarem as expressões das figuras na imagem - especulando acerca de como estariam a sentir-se - ouvindo de seguida dois excertos musicais -  um de Chopin e outro de Haydn - tendo de associar cada um destes excertos às figuras que viam representadas na imagem, justificando a sua escolha, através da descrição dos sons que ouviram, assim como das expressões das figuras na imagem, explicando o que os levou a relacioná-los.
            Depois de dialogarem sobre a imagem com o auxílio dos materiais musicais, os alunos relacionaram a mesma imagem com o excerto do poema “Retiro Sentimental” de José Luís Piquero, para depois escreverem um texto, no qual se reportavam às pessoas que estavam na praia, especulando sobre porque estariam lá, como se estariam a sentir e qual seria a relação entre elas.

Razão da escolha:
            Escolhi este conjunto de materiais, pois a meu ver eles encaixam-se muito bem uns nos outros, e serviram para preparar com qualidade o exercício de produção escrita dos alunos, fornecendo-lhes muitas ideias para desenvolverem no seu texto.
            Escolhi esta imagem de Nolde porque nela “O homem e o humano são … imperfeição, incompletude e sofrimento.” (Sombras p. 98) Atraiu-me o facto de ver “…os seus personagens, sob a influência da cor e da solidão…” (Sombras p. 96), o que lembra “…por demais o interior do homem e do mundo…” (Sombras p. 97). Foi nesta linha de raciocínio que explorei a figura central na imagem, que parece só, triste, “incompleta”, contrastando com as restantes figuras. Aproveitei este contraste na imagem, assim como o contraste entre os dois excertos musicais, de modo a que um deles fosse reconhecido na figura central da imagem, e o outro nas restantes.
            Escolhi o Prelúdio número cinco em Ré de Chopin, pela sua melodia rebuscada, que corre num ritmo alegre e ligeiro, a qual se adequa convenientemente às figuras em segundo plano na imagem, que parecem estar alegres, dançando ou ginasticando de braços no ar.
            Optei pelo início da Sonata VI de The Seven Last Words de Haydn, pelos seus sons tristes, solitários, sofridos, lânguidos, que tão bem caracterizam a figura central na imagem de Nolde, a qual se encontra só, de braços cruzados, não parecendo estar incluída no grupo por trás de si.
            Continuei a explorar esta imagem em conjunto com um excerto de Piquero (o qual faz parte do excerto deste mesmo autor utilizado no início da unidade didáctica), não só para fechar o círculo, como também vi nestas duas obras de arte uma ligação perfeita, a qual é estabelecida através da praia - pois tanto o excerto, como o título da imagem, fazem referência a este local – e através da ideia de solidão que é expressa em ambas.

Reacção dos alunos:
            Os alunos superaram as minhas expectativas nesta actividade pelo facto de muitos deles terem tomado a iniciativa de participar, fazendo-o da forma pretendida. Em relação à imagem, foram da opinião de que a figura central parecia triste por estar posta de parte. A este respeito argumentaram que isto podia dever-se a uma atitude de xenofobia por parte das outras figuras que se encontravam por detrás da figura central. Quanto a estas, os alunos referiram que pareciam alegres e que estavam a dançar. Associaram o excerto musical de Chopin às figuras que pareciam alegres, apresentando como argumento o facto de estas estarem muito activas, a dançar e parecerem muito contentes. Associaram o excerto de Haydn à figura central pelo facto de esta parecer triste e solitária. Para esta associação foi útil o exercício com adjectivos que os alunos executaram enquanto ouviam os dois excertos musicais. Associaram estes da forma pretendida aos excertos.
No que se refere ao texto produzido pelos alunos, poucos fizeram referência directa à imagem e ao excerto de Piquero, mas em geral foram capazes de se reportar à situação suscitada pela imagem e escreveram textos bastante imaginativos acerca dela. Alguns alunos abordaram questões de xenofobia, enquanto muitos outros escreveram sobre uma festa que estava a ter lugar na praia, na qual uma rapariga não era bem acolhida pelo grupo.



Arte na Sala de Aula - Exemplo I

THE THINGS THAT MATTER

“Now that I’ve nearly done my days,
     And grown too stiff to sweep or sew,
I sit and think, till I’m amaze,
     About what lots of things I know:
Things as I’ve found out one by one –
     And when I’m fast down in the clay,
My knowing things and how they’re done
     Will all be lost and thrown away. (…)”

Edith Nesbit


Objectivos:
ü  Identificar o  present perfect
ü  Identificar a estrutura deste tempo verbal
ü  Identificar o significado do present perfect
ü  Escrever um texto relacionado com o tema usando o present perfect

Tema: The Greatest Inventions

Fonte: RAMOS, Maria Adelaide, Poemas escolhidos para uso em aulas de inglês, FLUL, Lisboa, 2004/ 2005

Actividade:
         Os alunos leram o excerto do poema “The Things that Matter” de Edith Nesbit, de forma a identificarem as orações em que o verbo se encontrava no present perfect. De seguida, salientaram essa estrutura gramatical de forma a analisarem como este tempo verbal é composto. Finalmente, tiraram pelo sentido das frases o significado que este tempo verbal expressa.

Razão da escolha:
         Escolhi este poema pelo facto de conter a estrutura gramatical que pretendia didactizar, para que os alunos a identificassem e a percebessem ao observarem um exemplo, dentro de um contexto que faria a ponte para o texto a ser escrito depois do momento gramatical.
         Uma vez que o excerto se reporta ao conhecimento que se vai adquirindo ao longo da vida e que a partir de um certo momento é ultrapassado e esquecido, aproveitei esta questão para, a partir dela, os alunos reflectirem sobre os avanços da tecnologia, as novas descobertas e como o saber anterior é anulado pelo que se segue.

Reacção dos alunos:
         Em geral os alunos foram capazes de identificar quais as orações que continham um verbo no present perfect, conseguindo a partir daí reconhecer a sua estrutura. Tiveram dificuldade em perceber, a partir do exemplo, o que este tempo verbal significa e quando deve ser utilizado. Neste momento, foram-lhes fornecidos apontamentos retirados de BIBER, Douglas, et alli,  Student Grammar of Spoken and Written English,Longman, 2003.
         Nas suas composições foram focados factos muito interessantes, a respeito do tema proposto, como por exemplo, a descoberta de que a terra é redonda, que veio substituir a ideia de que era quadrada; o facto de já muitas pessoas não saberem conduzir carroças, pois agora todas conduzem carros, entre outros.

Propsta de trabalho dada aos alunos


Read the following poem.

THE THINGS THAT MATTER

“Now that I’ve nearly done my days,
     And grown too stiff to sweep or sew,
I sit and think, till I’m amaze,
     About what lots of things I know:
Things as I’ve found out one by one –
     And when I’m fast down in the clay,
My knowing things and how they’re done
     Will all be lost and thrown away. (…)”

Edith Nesbit

Stiff (adj) – if a part of your body is stiff, your muscles hurt and it is difficult to move.
Clay (n) – a type of heavy soil that is used for making pots, bricks, etc.


1. Quote two phrases from the poem in which the verb is in the present perfect.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Draw a circle around the auxiliary verb and a rectangle around the main verb.

3. The auxiliary verb is _____________ and it is in the _________ tense. The main verbs are in the __________   __________.

4. Are the main verbs regular?
5. How do the regular verbs end in this tense?
6. Reread the phrases you quoted above. What is the verb tense referring to?
a) An event which took place in the past and is over at the present time.
b) An event which began sometime previously and continues to exist up to the present time.
c) An event which began a long time ago.

Os Conformistas

"Os conformistas transformam os fracassos em medo, os determinados transformam as derrotas em coragem." (Augusto Cury)


Sejamos DETERMINADOS!

O Código da Inteligência







“Em que escolas se treinam as pessoas para decifrarem o código do eu enquanto gestor psíquico? Entristece-me como pesquisador do funcionamento da mente, saber que temos centenas de milhares de escolas no mundo, mas que não há uma única escola que estruture o eu para ser líder da psique. Esta situação é tão aberrante como desejar que os jovens dirijam um teatro sentados na plateia como meros espectadores, ou que pilotem um avião sentados junto dos outros passageiros e não na cabine de comando.”




(Augusto Cury em O Código da Inteligência)
Imagem retirada daqui
Creio que é um tema interessante para debater. Deixe o seu comentário.

Mary & Max - Síndrome de Asperger - Legendado


http://www.youtube.com/watch?v=mSSCIqsvQK4

PHDA – Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção

 “A PHDA é uma perturbação neuro-comportamental, que representa uma desadaptação na vida quotidiana do indivíduo a nível pessoal, social/ escolar e familiar.”
(The Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fourth Edition (DSM-IV), 1994)
Principais características
Esta perturbação caracteriza-se pelo défice de atenção, pela impulsividade, excesso de actividade motora e vocalizações frequentes.
Como actuar na sala de aula
- Podemos direccionar a aprendizagem dos discentes que apresentam esta perturbação para tarefas práticas, pois eles aprendem fazendo. Aprendem por tentativa e erro.
- É importante dar-lhes pistas orientadoras.
- Vale a pena investir em material didáctico lúdico. Eles aprendem melhor com tarefas curtas, estimulantes e desafiadoras, pois aborrecem-se com facilidade. É-lhes muito importante o reforço positivo, mas não em excesso. Deve-se evitar castigos injustificados.
- É importante estabelecer uma boa relação com manifestações de carinho, mostrando-lhes que estamos do seu lado e que queremos ajudar.
- Devemos dar-lhes tempo extra. Também podemos deixá-los ter um relógio em cima da carteira para poderem controlar o seu tempo.
- As regras devem ser rígidas, mas a nossa atitude deve ser calma e positiva.
- É importante evitar que a criança tenha muitos objectos na sua carteira e ela também se deve sentar à frente, de costas para os colegas, para não se distrair. Deve ficar longe da janela e de outras fontes de distracção.
- É bom usar uma linguagem clara e manter contacto ocular com manifestações de incentivo.
- Devemos certificar-nos de que a criança compreendeu as instruções pedindo-lhe que repita o que ouviu.
- A rotina é-lhes muito importante. Há que evitar fazer muitas mudanças.
- Como vão perdendo a concentração ao longo do dia, será melhor fazer de manhã as actividades que exigem maior concentração.
- Algumas tarefas ajudam a desenvolver a concentração como exercícios para completar frases, procura de sinónimos, labirintos e puzzles.
- Como a organização é extremamente importante, devemos ensiná-los a tomar notas; a procurar informação, a recolhê-la, a organizá-la e a fazer resumos. Também é bom dividir as tarefas em pequenas etapas e sugerir que façam uma de cada vez. Devem ser bem definidas e ter uma curta duração. Podemos também sugerir que verifiquem o seu trabalho depois de pronto e fazer disso um hábito.


Veja um vídeo sobre PHDA
Sites que recomendo:

Arte na Sala de Aula

Fonte da Imagem - Vincent Van Gogh


Uma vez que utilizamos variadíssimos materiais para auxiliar ou servir de base ao processo de ensino-aprendizagem, como por exemplo textos, imagens e música, porque não utilizar materiais de alta qualidade? Porque não utilizar reproduções de verdadeiras obras de arte?
Aprendi isto com um professor da minha universidade. A sua ideia era que os discentes já têm contacto no dia-a-dia com imagens, textos e canções bastante populares e comuns. O que não é frequente é a sua familiarização com obras de arte. Portanto, se vamos utilizar uma imagem, porque não usar uma reprodução de um quadro de um pintor conceituado? Serve o mesmo objectivo em termos de ensino, – nomeadamente ensinar um item gramatical, vocabulário ou servir de tema de debate -para além de dar a conhecer aos discentes um pouco sobre arte e de os educarmos no sentido de a apreciar. Muitos não têm oportunidade de a conhecer sem ser na escola.
Ao seleccionarmos este tipo de material e ao considerarmos o público-alvo, podem surgir algumas preocupações:
“Os textos literários são muito difíceis.”
Sim e não. Sim, enquanto obras literárias estudadas como tal. Em termos linguísticos, muitos são bastante acessíveis. Se queremos, por exemplo, ensinar advérbios de tempo, e esse texto serve para fornecer exemplos, então a abordagem torna-se mais simples.
“Os discentes podem não gostar e podem rir.”
É certo que muitas obras de arte causam estranheza. Daí a questão de se educar os discentes neste sentido. Creio que o factor “selecção de material” é muito importante e deve ser bem pensado. No caso de haver reacções negativas, o docente poderá dizer com toda a naturalidade que compreende a estranheza causada, que há obras que precisam ser compreendidas. E porque não dar uma breve explicação sobre a obra em questão? Estaremos a educá-los culturalmente.
Mas a estranheza também pode ser usada a nosso favor. Pode servir de warmer. Não é difícil, por vezes, conseguirmos a atenção dos discentes no início da aula? E se pusermos a tocar alguma música que nunca ouviram? E se eles virem um pano a tapar algo? Não ficarão curiosos? E quando destapamos, eles vêem uma fotocópia de qualidade de um quadro ou escultura absolutamente surpreendente. Será que não captamos a sua atenção?
“Os meus discentes são muito novos.”
Mais uma vez o factor “selecção” é muito importante. Para além disso, “de pequenino é que se torce o pepino”. E no que se refere a textos, não é necessário utilizá-los na íntegra. Pode ser um excerto, uma frase, um verso.
Prometo que darei exemplos concretos em breve de experiências que tive na sala de aula.
Fiquem atentos, meus leitores!

Síndrome de Asperger – Grandes Qualidades

Se é diagnosticada a síndrome de Asperger ao seu filho ou filha, aluno ou aluna, está perante alguém singular e com qualidades admiráveis.
Sendo as suas características mais evidentes na infância, tornando-se cada vez mais diluídas na idade adulta, a criança que apresenta características desta síndrome é honesta, fiável, dedicada, determinada e apaixonada pelos seus interesses particulares. Aprofunda estes seus interesses ao mais ínfimo pormenor, tornando-se especialista nessa área. Muitas vezes sabe mais sobre certos animais, ou rochas, ou astros do que os seus docentes. Gosta de rotinas e de saber o que vai acontecer a seguir, tem um código moral forte, é inteligente, tem uma memória visual e a longo prazo. Tem uma linguagem elaborada e bem articulada, por vezes desajustada, mas também brilha e encanta frequentemente.
Tem as suas dificuldades como todos nós. Nomeadamente na comunicação e interacção social. Tem dificuldade em exprimir as suas emoções, em interagir socialmente, em interpretar expressões e linguagem não verbal, em compreender quando os outros mentem e tende a isolar-se. O seu comportamento não lhe é intuitivo, mas por imitação e racionalizado. Também não entende o sarcasmo, as nuances nem as metáforas. Tem dificuldade em distinguir a ficção da realidade. Leva tudo à letra.
Como ajudar a ultrapassar estas dificuldades: 4 dicas básicas.
1-      Organização
2-      Rotina
3-      Linguagem objectiva
4-      Explicar/ ensinar comportamentos sociais

Organização
Deve-se ensinar e ajudar estas crianças a terem tudo organizado – roupa, material escolar, objectos pessoais, utensílios domésticos, etc., – para saberem sempre onde encontrar o que precisam. Isto facilita-lhes a concentração, a aquisição de conhecimentos e bom desempenho nas suas tarefas.
Rotina
É importante que tenham uma rotina que sofra o mínimo de alterações possível. Saber o que se segue e repetir frequentemente determinados procedimentos, ajuda estas crianças a sentirem-se seguras e a saber interagir em contextos que já lhes são familiares.
Linguagem Objectiva
Este é um ponto fulcral. Com estas crianças a linguagem tem de ser a mais objectiva e clara possível. Se nós dissermos, por exemplo, “Está a chover a potes.” Uma criança com estas características irá responder imediatamente: “Não, chove chuva, água.” Se queremos dizer que alguém estava demasiado seguro da sua resposta, mas falhou, e utilizamos a expressão: “Ele caiu do cavalo.” A criança irá perguntar: “Mas qual cavalo?”
Explicar/ ensinar comportamentos sociais
Há situações que não lhes são claras sem uma explicação apropriada. Vejamos o seguinte exemplo. Uma criança com estas características vê um rapaz a piscar o olho a uma rapariga. Qual será o seu pensamento provável? Que o rapaz tem qualquer coisa no olho. É necessário explicar com clareza a esta criança que fazer aquilo com o olho é uma forma do rapaz dizer à rapariga, sem ser com palavras, que gosta dela.

Dicas para dar explicações e instruções segundo Penny Ur

Um bom método de ensino não deve ser unicamente expositivo. Mas por muita interacção que haja, por muito que os discentes participem no seu processo de aprendizagem, são inevitáveis os momentos expositivos. Não devem ser demasiado frequentes, nem demasiado longos; mas há que apresentar novos conhecimentos, há que dar explicações sobre a matéria quando os discentes colocam dúvidas e há que dar instruções em relação às tarefas a desempenhar. Seguem-se algumas orientações propostas por Penny Ur em A Course in Language Teaching, Practice and theory.
1.       Preparação
2.       Ter a atenção da turma
3.       Dar as instruções mais do que uma vez
4.       Ser sucinto
5.       Ilustrar com exemplos
6.       Feedback

1.       Preparação
Podemos pensar muitas vezes que temos preparada uma explicação bem clara do que vamos apresentar e que sabemos que pontos necessitam de um melhor esclarecimento. Contudo, é preciso ter em conta que, por vezes, aquilo que é bem claro para um docente pode não ser tão claro para os discentes. Vale a pena pensar bem nas palavras, nos exemplos e nas imagens a utilizar.
2.       Ter a atenção da turma
Os discentes distraem-se com alguma facilidade e frequência. Por vezes, aquilo que não ouvem num determinado momento pode ser compensado mais tarde. Mas outras vezes, a perda de certas informações fá-los enfrentar algumas dificuldades. Ao dar instruções para um trabalho de grupo, por exemplo, estas devem ser dadas antes da divisão da turma em grupos, pois os discentes poderão começar a dar atenção aos seus colegas. Também se deve dar instruções antes de distribuir o material a utilizar, pois os alunos e as alunas poderão distrair-se com esse material, principalmente se contiver imagens apelativas.
3.       Dar as instruções mais do que uma vez
Repetir e parafrasear as instruções pode fazer toda a diferença. Alguém que não tenha ouvido à primeira vez, pode ouvir à segunda. Alguém que não tenha compreendido por umas palavras, pode compreender por outras. Também ajuda escrever as instruções no quadro para além de as dizer.
4.       Ser sucinto
O tempo de concentração dos discentes é breve. Assim, também as explicações devem ser breves, compactas e claras. Deve-se pensar muito bem no que se deve incluir e omitir.
5.       Ilustrar com exemplos
As explicações teóricas tornam-se mais perceptíveis quando acompanhadas de exemplos, ilustrações e demonstrações.
6.       Feedback
Depois de terminar uma explicação, devemos certificar-nos de que a turma percebeu. Mas não basta perguntar: perceberam? Muitas vezes respondem que sim, sem terem realmente compreendido. É preferível pedir-lhes que demonstrem que perceberam através de exemplos seus ou parafraseando o que foi explicado.

Bibliografia
UR, Penny, A Course in Language Teaching, Practice and theory, Cambridge, Cambridge University Press, 8ª ed., 2002.

Como estudar: 10 conselhos

Queridos alunos e alunas de todo o mundo,
Têm muito que estudar, não é? Muitas disciplinas, muita matéria, muitos dias e muitas horas de estudo. Ficam nervosos com os testes? Sentem-se cansados? Hoje sou professora, mas ainda não me esqueci do tempo em que era aluna. Gostava de vos dar alguns conselhos. A mim ajudaram-me.
Quando temos muito que fazer, o melhor é sermos organizados. Se organizamos bem o nosso tempo, temos tempo para tudo. Ou quase.
Aqui vão os meus 10 conselhos para o vosso estudo.
1º Prestem muita atenção nas aulas. O que fica bem percebido na aula facilita o vosso estudo fora desta.

2º Assim que tiverem uma dúvida na aula coloquem-na logo. Os vossos docentes  não adivinham o que se passa na vossa mente. Quando têm alguma dúvida, devem dizê-lo.
3º Nunca comecem a estudar na véspera do teste. Na véspera, revê-se a matéria já estudada.
4º As disciplinas que requerem bases para se prosseguir com o estudo, como por exemplo a Matemática e as línguas, têm de ser praticadas regularmente e é importante que “não percam o comboio”. Pratiquem com frequência e coloquem as dúvidas logo que estas surjam.
5º Nas disciplinas em que têm muitos nomes e datas para decorar façam apontamentos com antecedência, esquemas, resumos, listas ou alguma outra estratégia que vos ajude a visualizar o que têm de saber, assim como a organizar esse conhecimento.
6º Tenham um dossier organizado com divisões entre as várias disciplinas e, se necessário, subdivisões dentro de cada disciplina.
7º Tenham uma agenda para programem o vosso estudo semanalmente, assim como atividades de lazer que também são importantes. Um mente descansada assimila melhor novos conhecimentos.
8º Leiam muito. Leiam livros ou revistas que gostem. O acto de leitura ensina muito mais do que possam imaginar.
9º Contem a alguém aquilo que aprenderam. Nós lembramo-nos de cerca de 70% daquilo que dizemos ou ensinamos aos outros.
10º Tentem gostar do que aprendem ou pelo menos reconhecer a sua importância. Lembramo-nos mais facilmente daquilo que gostamos ou achamos importante. E deixem-me dizer-vos que às vezes não gostamos de uma matéria, só porque não a conseguimos perceber. É a essa que devem dar mais atenção. Depois de perceberem, acharão fácil e até poderão ficar a gostar.
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