Fonte da Imagem - Vincent Van Gogh
Uma vez que utilizamos variadíssimos materiais para auxiliar ou servir de base ao processo de ensino-aprendizagem, como por exemplo textos, imagens e música, porque não utilizar materiais de alta qualidade? Porque não utilizar reproduções de verdadeiras obras de arte?
Aprendi isto com um professor da minha universidade. A sua ideia era que os discentes já têm contacto no dia-a-dia com imagens, textos e canções bastante populares e comuns. O que não é frequente é a sua familiarização com obras de arte. Portanto, se vamos utilizar uma imagem, porque não usar uma reprodução de um quadro de um pintor conceituado? Serve o mesmo objectivo em termos de ensino, – nomeadamente ensinar um item gramatical, vocabulário ou servir de tema de debate -para além de dar a conhecer aos discentes um pouco sobre arte e de os educarmos no sentido de a apreciar. Muitos não têm oportunidade de a conhecer sem ser na escola.
Ao seleccionarmos este tipo de material e ao considerarmos o público-alvo, podem surgir algumas preocupações:
“Os textos literários são muito difíceis.”
Sim e não. Sim, enquanto obras literárias estudadas como tal. Em termos linguísticos, muitos são bastante acessíveis. Se queremos, por exemplo, ensinar advérbios de tempo, e esse texto serve para fornecer exemplos, então a abordagem torna-se mais simples.
“Os discentes podem não gostar e podem rir.”
É certo que muitas obras de arte causam estranheza. Daí a questão de se educar os discentes neste sentido. Creio que o factor “selecção de material” é muito importante e deve ser bem pensado. No caso de haver reacções negativas, o docente poderá dizer com toda a naturalidade que compreende a estranheza causada, que há obras que precisam ser compreendidas. E porque não dar uma breve explicação sobre a obra em questão? Estaremos a educá-los culturalmente.
Mas a estranheza também pode ser usada a nosso favor. Pode servir de warmer. Não é difícil, por vezes, conseguirmos a atenção dos discentes no início da aula? E se pusermos a tocar alguma música que nunca ouviram? E se eles virem um pano a tapar algo? Não ficarão curiosos? E quando destapamos, eles vêem uma fotocópia de qualidade de um quadro ou escultura absolutamente surpreendente. Será que não captamos a sua atenção?
“Os meus discentes são muito novos.”
Mais uma vez o factor “selecção” é muito importante. Para além disso, “de pequenino é que se torce o pepino”. E no que se refere a textos, não é necessário utilizá-los na íntegra. Pode ser um excerto, uma frase, um verso.
Prometo que darei exemplos concretos em breve de experiências que tive na sala de aula.
Fiquem atentos, meus leitores!
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