Ensinar perguntando – Aprender respondendo

Gosto muito do método que utiliza a interrogação para levar os discentes a pensar, analisar e a chegar a conclusões por si próprios. Creio que este método os estimula para a aprendizagem, favorece a concentração, desenvolve o raciocínio e facilita a memorização de conteúdos. É mais fácil esquecer o que ouvimos, do que aquilo que descobrimos por nós próprios. Vou dar um exemplo para o ensino de línguas estrangeiras, nomeadamente Inglês, por ser uma língua com uma conjugação de verbos muito simples.
Para ensinar o Simple Past, em vez de se dizer simplesmente que se acrescenta –ed aos verbos regulares e que se decora os irregulares, apresentando depois uma lista para ser decorada; poder-se-á dar-lhes um texto com todos os verbos escritos no passado, sendo a maioria verbos regulares. De seguida, pedimos-lhes que sublinhem todos os verbos que encontram. Perguntamos-lhes, segundo o contexto, em que tempo julgam que os verbos estão conjugados. Posteriormente, perguntamos se encontram algo de comum na maioria dos verbos. Ao reponderem “sim”:
- Poderemos considerar que esta é a regra geral? Serão estes verbos os regulares?
Descobrem assim a regra para estes. E os irregulares? Podemos pedir-lhes que façam uma lista. De cada vez que se depararem com um, devem acrescentá-lo à lista e ir decorando poucos verbos de cada vez. Quando a lista já for algo longa, podemos pedir-lhes que observem esses verbos com atenção, procurem semelhanças e os agrupem de acordo com estas. Assim, concentram-se na matéria e descobrem que há uma certa “regularidade dentro da irregularidade”*, que julgo irá facilitar a memorização desses verbos.
Expor as regras torna-se vantajoso quando dispomos de pouco tempo. Levar os alunos a pensar, desenvolve o seu raciocínio. Julgo ser importante variar o método, de forma a adaptá-lo aos discentes, principalmente quando a turma é heterogénea, e de forma a adaptá-lo à matéria e a uma série de circunstâncias.
Para terminar, gostaria de citar o meu professor de Teoria da Educação, que dizia muitas vezes algo com que concordo absolutamente: “Os métodos em si não são bons nem maus, o uso que fazemos deles é que é bom ou mau.”
* Cito aqui um aluno meu.

2 comentários:

Ritinha disse...

Haja alguém que me entenda! Tenho imensa dificuldade em concentrar-me quando os professores se põem a despejar matéria, regras, bla, bla, bla… Uma seca! Obrigar os alunos a interagir e a pensar permite mais facilmente captar a sua atenção. Em relação à falta de tempo, já se sabe que quanto maior o volume de informação, mais difícil é assimilá-la. Para mim o fundamental é reter as matérias mais importantes. Caso contrário, entra-se no vício de “marrar”, “despejar” (nos testes) e esquecer…

Anónimo disse...

Afirmação interessante e experiente pela parte do professor.

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